No dia de uma das partidas mais aguardadas dos últimos tempos, o ex-jogador Walter Casagrande Júnior, ídolo da Fiel Torcida, deu entrevista à ESPN na manhã desta terça-feira e abordou as principais diferenças entre as duas maiores torcidas do país. O ex-atacante, marcante na luta da democracia corintiana, não se esquivou e citou o que pensa sobre as torcidas dos adversários desta noite.
Perguntado pelo entrevistador sobre os principais contrapontos entre as duas massas, respondeu da seguinte forma: “A diferença é o seguinte: eu sou paulistano, e o paulistano, a torcida do Corinthians é mais agressiva no incentivo. É aquele negócio: ‘Corinthians, Corinthians, Corinthians’. Você vai jogar no Rio e é ‘Mengoooo, Mengooo’. Entendeu a diferença? O carioca é mais festivo, no caso. E o paulistano, o torcedor do Corinthians, apoia, incentiva, mas de uma forma mais agressiva. Não agressiva de querer bater em ninguém, mas agressividade no entusiamos de você no modo que você grita o nome do time.”
Ele também recordou duas de suas principais lembranças de quando vivenciava o confronto dentro dos gramados, uma vestindo cada camisa. Pelo lado alvinegro, citou um duelo decisivo, polêmico e histórico. “O jogo mais legal, pra mim, foi em 1984, quando nós eliminamos o Flamengo no Campeonato Brasileiro. Nós perdemos no Maracanã por 2 a 0, estádio lotado. Aí eles vieram jogar no Morumbi, lotado, e nós ganhamos por 4 a 1. Acabamos com o time do Flamengo, aquele grande time do Flamengo. Jogamos muito naquele dia. Então, pra mim, o jogo mais importante era esse. O confronto da época, o time da Democracia e o time do Flamengo era assim. Você ia lá e tomava de 5. Eles vinham aqui e tomavam de 4. Isso aconteceu várias vezes. Só que esse 4 a 1 nós eliminamos eles nas quartas de final do Brasileiro. Foi o jogo em que o placar eletrônico do Morumbi anunciou os horários de ponte aérea para o Rio”. Já pelo rubro-negro a lembrança foi saudosista, sobre partida onde esperava reação diferente da torcida do então ex-clube. ” Eu era um atacante que a torcida adversária gostava muito de xingar porque eu era rebelde. Isso me motivava ser vaiado, ser xingado. Eu não ficava abatido. Pelo contrário, me motivava muito. Eu me preparei para isso, e foi o contrário, né? Quando eu cheguei lá, fui ver como estava o campo e a torcida começou a cantar essas músicas, pedindo para eu voltar e tal. Eu falei: ‘Beleza, eles me viram agora, ok’. Voltei e me troquei. Quando voltei para o campo, eles ficaram cantando a música ‘Doutor, eu não me engano, Casagrande é corintiano’ o jogo todo.”. Em outro trecho explica como a Fiel atrapalhou seu jogo naquela ocasião: “Mas aí a torcida cantando o tempo todo, eu fiquei desconcertado porque o meu trabalho psicológico para aquele jogo era outro. Eu estava preparado para ser xingado, vaiado e tudo mais. Não estava preparado para ser elogiado com carinho. Aí me desmontou, fiquei desconcertado…“
A partida acontece nesta noite de terça-feira e é válida pelo duelo de volta da Copa Conmebol Libertadores da América 2022. A bola rola a partir das 21:30.
Números de Casagrande pelas duas equipes:
Pelo Corinthians, Casão atuou em 256 oportunidades e marcou 103 gols. Foi bicampeão paulista em 1982 e 1983.
Na temporada de 1993, pelo Rubro-negro, Casagrande fez 35 jogos e balançou as redes por 9 vezes.
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