7/05/2025 @ 15:04h

Crise no Corinthians: votação do impeachment pode acontecer antes do esperado – entenda por quê

A crise política no Corinthians ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (7). O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., afirmou que vai aguardar a conclusão do inquérito policial do caso VaideBet antes de retomar a votação sobre o impeachment de Augusto Melo. No entanto, se a investigação atrasar, o processo pode seguir mesmo sem a apuração final da polícia.

A declaração foi feita durante entrevista coletiva no Parque São Jorge, com a presença de outros nomes importantes da estrutura corintiana, como Leonardo Pantaleão, Miguel Marques e Silva e Pedro Luis Soares.

Prazo limite: até o fim de junho o conselho deve votar

Tuma revelou que aguarda a conclusão do inquérito da terceira delegacia do DPPC, especializada em lavagem de dinheiro. O grupo espera que os indiciamentos ocorram ainda em maio. Mesmo assim, o presidente do Conselho admite que o clube não pode esperar indefinidamente.

“O tempo da Justiça é um e o tempo do Corinthians é outro”, afirmou.

Caso o inquérito demore além do previsto, a votação pode ocorrer no início de junho, mesmo sem a conclusão formal da polícia.

Quatro pedidos de impeachment e clima tenso nos bastidores

Augusto Melo enfrenta quatro pedidos de impeachment. O mais recente, proposto pela Comissão de Justiça, usa a Lei Geral do Esporte para acusar o presidente de gestão temerária. Tuma, no entanto, evita cravar qualquer posição sobre esse pedido e diz que ainda analisa o conteúdo com cuidado.

“Precisamos dar segurança jurídica ao Corinthians, aos patrocinadores e à torcida”, declarou Tuma.

A primeira reunião para debater o impeachment, em janeiro, terminou suspensa. Segundo o presidente do Conselho, não havia segurança para continuar, e muitos conselheiros temiam ir ao clube. Um inquérito também investiga ameaças e agressões contra conselheiros.

Reabrir contas de 2023 está fora dos planos do conselho

Além do impeachment, outro ponto que gera polêmica é o pedido da atual gestão para reabrir as contas do ano passado. Tuma se posicionou contra a ideia, alegando que isso poderia provocar instabilidade jurídica.

“As contas de 2023 foram prestadas por membros da gestão atual. Se reabrirmos, podemos colocar contratos em risco. O estatuto precisa ser revisto”, explicou.

Segundo ele, a responsabilização de quem saiu é difícil, já que os documentos contábeis foram elaborados pela atual diretoria. Reabrir esse processo poderia prejudicar ainda mais a imagem do clube e comprometer acordos em vigor.