Nesta semana, em audiência realizada na Corte Arbitral do Esporte (CAS), Corinthians e Jô apresentaram suas defesas contra o processo aberto pelo Nagoya Crampus, clube Japonês. O time quer um pagamento de R$ 20 milhões da parte do Timão e o clube alvinegro tenta evitar.
Na primeira batalha, realizada na FIFA, em novembro do ano passado, o Nagoya venceu, tendo condenado o Corinthians a pagar cerca de 3,4 milhões de dólares, o que na cotação atual dá mais de 18,8 milhões de reais. Porém, o veredito final do processo sairá apenas no ano que vem.
A defesa de Jô agora adota uma postura cautelosa, pois as decisões da FIFA geralmente são mantidas nas instâncias seguintes. Entenda um pouco mais do processo abaixo.
Após duas temporadas no Japão, Jô retornou ao Corinthians, isso em junho de 2020. Porém, o vínculo do jogador com o Nagoya Grampus iria até o fim deste ano mas, antes de chegar ao clube do Parque São Jorge, o atacante se desentendeu com os dirigentes de seu antigo time. Os japoneses alegam que Jô abandonou o emprego e por conta disso suspendeu seus salários e entrou com uma ação na FIFA pedindo indenização sobre o valor restante do contrato.
Breno Tannuri, advogado de Jô, explicou a situação do jogador em 2020 em entrevista ao GE. ” O treinador do Nagoya entendeu que o Jô tinha que ficar no Japão, mesmo com o clube fora para pré-temporada. Só que os fisioterapeutas e médicos viajaram com o time, estavam fora do país. O Jô entendeu que não iria se recuperar bem, precisava de uma fisioterapia que fizesse efeito e veio ao Brasil se tratar no Flamengo. Ele custeou a viagem para ter um tratamento melhor “.
Jô chegou a retornar ao Japão, junto de sua esposa, mas não foi relacionado para as duas primeiras partidas da temporada. Depois, o campeonato foi suspenso por conta da pandemia do novo coronavírus. Por isso, o Nagoya Grampus liberou seus atletas para ficarem em casa, mas não para deixarem o Japão. Semanas depois disto, Jô foi avisado que seu salário estava suspenso.
Tannuri ainda explica que Jô respondeu a notificação e explicou o motivo pelo qual voltou ao Brasil. As alegações não foram suficientes para convencer os asiáticos. “Ele tinha que receber entre o final de abril e o começo de maio um bônus de 1 milhão de dólares, previsto em contrato. O que acontece é que, quando ele fala para o tradutor, numa quinta à noite, que voltaria ao Japão na segunda-feira, os diretores mandam uma notificação para o Jô no dia 2 de maio falando que o contrato estava rescindido. Se ele volta para o Japão, o Nagoya teria que pagar os salários e essas luvas de 1 milhão de dólares”, revelou o advogado.
Jô retornou ao Brasil quando soube que as fronteiras japonesas seriam fechadas, pois seus filhos estariam em seu país de origem junto de sua avó. O advogado do jogador ainda diz que o clube asiático poderia punir o atacante por conta de sua volta ao Brasil, mas não romper o contrato com o mesmo. Jô não perdeu treinos, já que o campeonato local voltaria cerca de um mês depois.
Quando deixou o Nagoya Grampus, Jô assinou um contrato de retorno ao Corinthians, de cerca de três anos e meio. Dessa forma, a FIFA entende que o clube tem que ser solidário e pagar a indenização pedida pelo time japonês.
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