O ano de 2012 foi de muitas conquistas para o Corinthians. O tão sonhado título da Libertadores da América, até então inédito, havia sido conquistado e de forma invicta. Mais tarde, naquele mesmo ano, o time comandado por Tite viajaria até o outro lado do mundo para disputar, dessa vez, um título que a torcida já conhecia.
Os recém campeões da Libertadores chegaram ao Japão logo no começo de dezembro para disputar o Mundial de Clubes FIFA. Antes do embarque, em Guarulhos, foram recepcionados por uma massa preta e branca no saguão do aeroporto. Toda energia e força dos torcedores foram juntos com o elenco promissor do Corinthians que chegava desacreditado no Japão para ganhar do imbatível Chelsea.
Porém, antes de enfrentar o time inglês, o Timão teria que passar pelo Al-Ahly. A equipe do Egito era considerada fraca, mas chegou a dar (muito) trabalho para o Corinthians dentro de campo. O jogo da semifinal aconteceu no Toyota Stadium, na cidade que leva o mesmo nome do palco da partida.
A SEMIFINAL
Em um frio de pelo menos 3ºC, o Corinthians foi à campo para uma partida difícil e não jogou nada bem. Levou pressão em praticamente os 90 minutos de jogo e deixou seus torcedores presentes completamente preocupados. E por falar em torcedores, o Corinthians poderia considerar o Toyota Stadium um Pacaembu improvisado, já que a maioria esmagadora de presentes, era parte da Fiel Torcida.
Tite passou a enxergar os erros que seu time cometia e decidiu inverter algumas posições. Jogou Emerson para o lado direito, enquanto Danilo iria para o esquerdo no ataque. Paolo Guerrero, até então dúvida de titular durante toda a viagem para a Ásia, começou a receber mais bolas de seus companheiros. A visão de Tite havia funcionado. Então, em uma bola levantada por Douglas, Guerrero subiu sozinho e, de cabeça, marcou o único tento da partida.
O Corinthians havia ido para a decisão.
CORINTHIANS E CHELSEA: A GRANDE FINAL
Se o jogo contra o Al-Ahly deixou os torcedores nervoso por conta da atuação do Corinthians, na grande partida entre o Todo Poderoso e Chelsea, o sentimento não poderia ser outro. Porém, diferente do que muitos achavam, o Corinthians foi a campo com força e foco total, pressionando o adversário europeu.
Na semifinal o estádio já havia sido considerado um Pacaembu improvisado. Na decisão, a sensação era de que o jogo estava sendo no Brasil. Uma massa de mais de 30 mil corinthianos do outro lado do mundo, presentes para cantar e apoiar seu time durante todos os 90 minutos. E como se sabe, a torcida é o 12º jogador e, naquele dia, ela entrou para jogar junto do Corinthians.
“Vamos, vamos Corinthians, que esta noite teremos que ganhar” era o que se ouvia em todos os cantos do Yokohama Stadium, palco também do título do Penta Mundial da Seleção Brasileira em 2002.
O Corinthians, diante de todo aquele apoio, lutou e pressionou o Chelsea. E se no primeiro jogo, Guerrero já havia sido capaz de levar alegria para o torcedor ao cabecear a bola no gol dos egípcios, dessa vez não poderia ter sido diferente. Novamente o peruano recebeu sozinho na área, após uma tentativa de chute de Danilo, e cabeceou pro fundo da rede.
Gritos e mais gritos ecoavam pelo estádio. Era choro, alegria, comemoração mas, também, certa aflição. Como o gol saiu na metade do segundo tempo, o restante pareceu uma eternidade para se passar. O torcedor só queria o fim de jogo para poder soltar o seu segundo grito de “É Campeão” do ano.
Ah! E vale ressaltar que Guerrero não havia sido o único herói da noite. Cássio foi a grande estrela, tanto é que levou a bola de ouro da partida. Defendeu como nunca e salvou o Corinthians com diversas defesas difíceis. Mais uma vez, se provou ídolo.
Ao apito final, festa preta e branca. E do outro lado do mundo.
O Corinthians havia vivido uma noite de decisão em São Paulo, porém, desta vez, na terra do Monte Fuji. Colocar mais de 30 mil torcedores em uma final de Mundial e do outro lado do mundo, só um clube seria capaz de fazer tal proeza. E tinha que ser logo ele, o Campeão dos Campeões.
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