2/06/2025 @ 13:06h

Opinião: O Corinthians vive a maior crise política de sua história e não há solução à vista

É difícil mensurar, mas o Corinthians atravessa, sem dúvida, a maior crise política de sua centenária trajetória. E, talvez, a maior crise institucional que um clube grande do futebol brasileiro — e quem sabe até mundial — já tenha enfrentado.

Sim, é forte dizer isso. Mas, honestamente, não consigo lembrar de um clube desta magnitude, com essa dimensão popular, atolado em tantos problemas simultâneos.

A política sufoca o futebol

O caos nos bastidores não é mais invisível. Ele respinga, contamina, sufoca. A política do Corinthians — ou melhor, a guerra política — invadiu o vestiário, atravessou o gramado e já aparece em cada bola mal passada, em cada gol perdido, em cada protesto nas arquibancadas.

O time não consegue jogar. A diretoria não consegue governar. O ambiente está falido.

E o pior: não existe perspectiva de solução.

Uma crise sem precedentes

Ao longo da história, vimos o Vasco de Eurico Miranda, o Cruzeiro da queda e do caos financeiro, o Flamengo dos anos 90 atolado em dívidas. Mas, em nenhum desses casos, a dimensão política se sobrepôs tanto ao futebol como ocorre agora no Corinthians.

Hoje, o clube é administrado — ou “desadministrado” — por uma máquina de interesses, vaidades e sabotagens internas. Um campo minado, onde cada passo pode ser o último.

Não há direção. Não há comando. Não há unidade.

Não há solução no horizonte

E aqui está o aspecto mais angustiante: não vejo uma saída, nem de curto, nem de médio, talvez nem de longo prazo.

A crise financeira é profunda. A crise política é crônica. O torcedor está desgastado, desacreditado, ferido. O elenco sente. O técnico, seja quem for, vira refém.

A eleição está longe, mas, mesmo que estivesse perto, quem seria capaz de recolocar o Corinthians nos trilhos?

Não há nomes. Não há projetos. Só há escombros.