As recentes eliminações do Corinthians na Copa Libertadores e na Copa Sul-Americana escancaram, sem piedade, a realidade do clube: fracassos consecutivos e atuações que, sinceramente, beiraram o vexame. A queda para o Huracán, que jogou com o time reserva, foi apenas mais um capítulo — previsível e merecido.
O jogo contra o Huracán foi a perfeita metáfora do que se tornou o Corinthians em 2025: um time frio, sem alma, sem intensidade e, acima de tudo, sem um projeto claro. O 1 a 0 contra os reservas do adversário argentino não surpreendeu quem acompanhou a trajetória do clube neste ano. A passividade em campo refletiu uma gestão desorganizada fora dele.
Esse filme, aliás, o torcedor corintiano já tinha visto antes. Desde a fase preliminar da Libertadores, o Corinthians mostrou que não estava preparado nem técnica, nem taticamente — muito menos emocionalmente — para disputar competições continentais. O empate com a frágil UCV, na Venezuela, foi o primeiro indício. O alvinegro, mesmo superior tecnicamente, se complicou num 1 a 1 fora de casa. Na volta, em plena Neo Química Arena, a vitória por 3 a 2 mascarou uma atuação medíocre, na qual o goleiro foi o herói que evitou um desastre ainda maior.
Na sequência, o confronto contra o Barcelona — não o da Espanha, mas o do Equador — mostrou a distância abismal entre um time organizado e um amontoado de jogadores sem rumo. O 3 a 0 em Guayaquil foi tão contundente quanto humilhante. O Corinthians ficou na roda. Na volta, até tentou reagir, venceu por 2 a 0, mas não foi suficiente. Eliminado da Libertadores e lançado de forma melancólica à Sul-Americana.
Na Sula, o roteiro se repetiu com requintes de indiferença: duas derrotas para o Huracán, dois empates com o Cali e duas vitórias magras contra o fraquíssimo Racing-URU. Se o futebol apresentado fosse compatível com a grandeza do clube, a classificação viria. Mas não foi. Por dois gols de saldo, o Corinthians disse adeus precocemente à única chance que restava de salvar a temporada internacional.
O que fica dessa campanha é uma certeza incômoda: não se joga uma competição continental aos trancos e barrancos. Não se constrói uma equipe competitiva da noite para o dia, nem se supera adversários minimamente organizados com um elenco mal planejado e um ambiente político tóxico. A classificação para a Libertadores de 2025, conquistada após uma arrancada heroica no último Brasileirão, mascarou um problema estrutural profundo.
Hoje, o Corinthians paga o preço pela falta de planejamento e pela instabilidade fora de campo. Como disputar competições desse nível com um presidente afastado, um Conselho Deliberativo rachado e uma diretoria sem norte? Não dá. O clube precisa urgentemente de um projeto esportivo a longo prazo, que inclua contratações cirúrgicas, uma comissão técnica respaldada e, principalmente, estabilidade política.
Quando isso vai acontecer? Ninguém sabe. O que resta ao torcedor é a esperança. Torcer para que as lições dessas eliminações sejam assimiladas e sirvam de combustível para uma necessária reconstrução. O vexame é inegável, mas o Corinthians é gigante e, se quiser, pode — e deve — renascer.

Confira a tabela do Corinthians para as próximas rodadas
01/06 – DOM – 18:30 – Brasileirão Série A – Vitória
12/06 – SAB – 20:00 – Brasileirão Série A – Grêmio
12/07 – SAB – A definir – Brasileirão Série A – Bragantino
16/07 – QUA – A definir – Brasileirão Série A – Ceará
19/07 – SAB – A definir – Brasileirão Série A – São Paulo

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