19/05/2025 @ 13:22h

OPINIÃO: Yuri Alberto do Corinthians e a urgência de um centroavante na Seleção

Yuri Alberto marcou mais uma vez. Decidiu mais um clássico. E não foi qualquer gol: foi contra o Santos, clube que o revelou, um dos maiores rivais do Corinthians e também uma das principais vítimas do camisa 9. Curioso (ou simbólico) é que o Internacional, outro ex-clube, completa essa lista. Coincidência? Talvez. Mas é impossível ignorar os números e, principalmente, a regularidade de Yuri nos jogos grandes.

Vivemos um tempo em que o futebol brasileiro virou uma fábrica de pontas. Talentos rápidos, habilidosos, bons no um contra um. Sim, isso é ótimo. Mas também gerou um problema: a carência de centroavantes clássicos, daqueles que resolvem jogos e sabem decidir em uma bola. E é aí que Yuri Alberto se destaca.

Enquanto a Seleção ainda busca alternativas — e muitas vezes improvisa — no comando de ataque, Yuri empilha gols no cenário nacional. Em 2025, são 12 gols até aqui, com sete marcados justamente contra seus antigos clubes. Isso sem contar a façanha de se tornar o maior artilheiro da Neo Química Arena, com 44 gols, superando nomes históricos.

E nem se trata só de estatística. Quem vê os jogos entende o quanto Yuri se entrega. Ele se movimenta, briga com os zagueiros, finaliza com ambas as pernas, faz gols de cabeça e, mais importante: aparece nos grandes momentos. Clássico não é jogo qualquer — e ele sabe disso.

Hoje, o único nome no país que poderia estar no mesmo patamar é Pedro, do Flamengo. Mas as recorrentes lesões têm atrapalhado sua continuidade. E enquanto isso, Yuri joga. Joga e marca. Joga e decide. Joga e pede passagem — ainda que silenciosamente — para a Seleção Brasileira.

O que mais ele precisa fazer? Já mostrou que aguenta pressão, que tem repertório e que, acima de tudo, vive grande fase. O Brasil não pode continuar ignorando esse talento por preconceito com o futebol local ou por obsessão com quem joga na Europa.