29/05/2025 @ 12:14h

1 mês de Dorival no Corinthians: Veja como foi o técnico até aqui?

O anúncio da contratação de Dorival Júnior no Corinthians completou um mês nesta semana. Em 30 dias de trabalho, o treinador promoveu mudanças táticas importantes, recuperou jogadores que vinham com espaço reduzido sob o comando do antecessor Ramón Díaz e ainda precisou blindar o elenco em meio à grave crise política no clube — que culminou no impeachment do presidente Augusto Melo.

Neste primeiro recorte, Dorival comandou o Corinthians em nove partidas e acumulou cinco vitórias, dois empates e duas derrotas. No entanto, também amargou uma eliminação precoce na fase de grupos da Copa Sul-Americana.

Confira abaixo o raio-x com os principais pontos do início de gestão de Dorival Júnior no comando da equipe alvinegra:

Nove jogos, nove formações

Desde a sua chegada ao Corinthians, Dorival Júnior não repetiu escalação. Foram nove formações diferentes em nove partidas, evidenciando a prioridade dada à parte física do elenco.

O treinador deixou claro que não pretende sacrificar atletas em uma maratona de jogos, usando como exemplo a goleada sofrida para o Flamengo, quando o time entrou em campo com a mesma base em sequência.

“O principal é ter uma equipe recuperada em campo. Se entrássemos com uma equipe cansada com o Inter, provavelmente não teríamos o resultado que alcançamos. Fisicamente, não alcançamos os resultados que queríamos”, afirmou no início do mês.

Segurança defensiva?

Um dos principais motivos para a demissão de Ramón Díaz foi o frágil desempenho defensivo do Corinthians na temporada. Neste aspecto, Dorival Júnior conseguiu evolução significativa.

Em nove jogos, o Timão sofreu apenas seis gols, uma média inferior a um por partida. Sob o comando de Ramón, a equipe havia sofrido 33 gols em 29 jogos disputados ao longo de 2025.

Reforços dentro do elenco

Em meio ao rodízio adotado, Dorival Júnior também recuperou atletas que haviam perdido espaço com Ramón Díaz. Dois exemplos são emblemáticos: Maycon e Cacá.

Com Dorival, Maycon se tornou titular em partidas importantes, atuando de forma mais recuada, como um “camisa 5”. Já Cacá recuperou espaço no sistema defensivo.

Outro caso marcante é o de Félix Torres. Antes criticado pelas expulsões na final do Paulistão contra o Palmeiras e no duelo diante do Racing-URU, o equatoriano foi reinventado por Dorival e passou a atuar como lateral-direito, posição na qual recebeu elogios. Assim, se consolidou como alternativa quando Matheuzinho não está disponível.

Poucos treinos

O calendário apertado foi um obstáculo importante neste primeiro mês. Com uma média de um jogo a cada três dias, Dorival Júnior teve pouco tempo para treinar no CT Dr. Joaquim Grava.

Estima-se que, nesse período, o técnico tenha realizado menos de dez sessões completas de treinamento com todo o elenco. Por isso, a comissão técnica intensificou o uso de vídeos para acelerar o processo de ajuste e organização tática.

Dorival espera encontrar o tempo ideal para treinar após a pausa no calendário para a realização da Copa do Mundo de Clubes da FIFA.

Novo esquema: o fim do losango

A chegada de Dorival marcou também mudanças significativas no modelo de jogo do Corinthians. O losango consolidado por Ramón Díaz foi deixado de lado, especialmente pelas críticas ao desempenho defensivo da equipe.

O Timão passou a se portar majoritariamente no esquema 4-1-4-1. Maycon atua mais recuado, entre a linha defensiva e o meio-campo, enquanto Raniele, diferentemente do que ocorria sob comando de Ramón, joga mais avançado, inclusive entrando na área adversária.

“Ele (Raniele) tem coisas próximas de um meia que possa jogar mais à frente, não só como um volante posicionado. Ele tem coisas muito positivas do meio para frente que a gente pode aproveitar. É um jogador importante dentro do grupo”, analisou Dorival.

O uruguaio Carrillo, destaque na era Ramón, continua atuando bem aberto pela direita, enquanto Yuri Alberto permanece como referência ofensiva, mas acaba mais isolado no ataque.

Por ora, o treinador ainda não conseguiu utilizar o trio Garro-Memphis-Yuri Alberto simultaneamente. Isso só acontecerá após a pausa para a Copa do Mundo, já que o camisa 9 se recupera de lesão.