Na vitória por 1 a 0 do Corinthians diante do Botafogo, um lance gerou reclamação dos cariocas: Marçal foi expulso após solada em Pedro. Ao analisar o lance, o chefe de Comissão de Arbitragem, Wilson Luiz Seneme justificou a expulsão com base na regra 12, que fala sobre “risco à integridade física do adversário”.
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“Eu não consigo visualizar uma situação única nesse “risco à integridade física do adversário”, mas eu consigo visualizar um espírito. É toda a ação que um jogador pode provocar um risco de lesão grave ao adversário. Esse é o espírito. Força excessiva seria colocar mais força do que o necessário. Uma perna esticada tem muito mais força do que uma perna que está eventualmente esticada e ele recolhe, reduzindo a carga de força sob o adversário. É a força de quem põe o pé com a força de quem chuta, o que torna o risco maior ainda. Não é uma parte do corpo sem atingida, é o encontro de duas partes que se chocam”, explica Seneme.
“É óbvio que é sempre interpretativo, mas é importante tentar essa dinâmica entre a decisão que os árbitros tomarem, o que a regra disse, e qual é a sua opinião depois de ler a regra do jogo, para saber se o árbitro está certo ou não em expulsar o jogador. Eu atingi com as traves da chuteira a canela do adversário, o que pode gerar uma lesão grave e assim determinaram os árbitros“, completou.

“Esse é o momento do árbitro se preparar. Numa situação de zona neutra, onde a bola não está com ninguém e os dois jogadores vem disputá-la, é hora do árbitro buscar o melhor ângulo e o melhor foco para não perder. É uma jogada muito rápida e de extrema dificuldade de precisar o ponto de contato para uma decisão final. O Paulo Zanovelli poderia ter buscando um melhor ângulo, ele tem dificuldade de enxergar porque tem o corpo do próprio jogador de preto que obstrui a visão dele. No final das contas, tomaram a decisão de jogo brusco grave por força excessiva, como está escrito nas regras do jogo“, concluiu.
Veja o áudio do VAR que decidiu o lance a favor do Corinthians:
AVAR (Andre da Silva Bitencourt): “Do 21 do Botafogo”
VAR (Rafael Traci): “Atenção. Aberto. Ele vai jogar e tem um contato tá, um pé com pé. Solta em velocidade normal.”
AVAR 2 (Diego Pombo Lopez): “Observa esse ponto de contato aqui”
VAR: “Segura que estamos checando um possível cartão vermelho”
Árbitro (Paulo Cesar Zanovelli): “Beleza Traci”
VAR: “Ele tenta jogar, não acerta. E ele estica as travas. Eu quero ver aonde pega”
VAR: “Pega acima do tornozelo”
AVAR: “Acima do tornozelo. Perna em riste”
Árbitro: “Precisa de mais tempo?”
VAR: “Sim. Só um pouco. Um loop maior. Em velocidade normal aqui”
VAR: “Pega a outra câmera. Aquela, a 2”
VAR: “Pra mim tem intensidade alta na canela, tá?”
AVAR 2: “O ponto de contato é pleno pra mim, tá?”
VAR: “E ele continua com a perna em riste depois que toca”
AVAR 2: “O amarelo vai disputar, a chutar a bola”
Árbitro: “Traci, estamos te esperando. Mais alguma coisa?”
VAR: “Eu vou te recomendar uma revisão para um possível cartão vermelho, tá?”
AVAR 2: “A 3 tem uma excelente imagem de ponto de contato, tá”
VAR: “Eu vou te soltar porque para nós tem uma intensidade alta e as travas da canela pega acima da linha do tornozelo, e quem joga a bola é o amarelo”
Árbitro: “Velocidade normal pra mim, vai. O ponto de contato eu vi. Agora mostra o ponto de contato de novo pra mim. Beleza. Para no ponto de contato. Vai, vai, vai, até o final. Ponto de contato. Mais um. Mais um pra frente. Traci, qual é o número dele? 21?”
VAR: “21”
Árbitro: “Eu vou mudar minha decisão, vou voltar com tiro livre direto a favor do Corinthians. E Cartão vermelho pro 21 por uso de… jogo brusco grave. Força excessiva, ok?”
VAR: “Perfeito. Excelente”
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