14/05/2025 @ 22:34h

Vaidebet, PCC e Corinthians: Polícia tem novas informações sobre o caso

A investigação sobre o contrato entre o Corinthians e a casa de apostas Vaidebet ganhou novos desdobramentos nesta semana. De acordo com trechos do inquérito revelados pelo blog de Fausto Macedo, do Estadão, a Polícia Civil de São Paulo aponta que o clube é tratado como vítima em um esquema de intermediação suspeita que pode envolver lavagem de dinheiro com conexões ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

O relatório foi conduzido pelo delegado Thiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). A apuração destaca que pagamentos feitos pelo Corinthians à empresa de Alex Cassundé, que intermediou o acordo com a Vaidebet, acabaram chegando até a UJ Football Talent Intermediação Ltda., empresa citada por delatores como um dos braços do PCC.

Segundo as investigações, o clube pagou R$ 1,04 milhão a Cassundé em comissões relativas ao contrato firmado em 2023, que previa R$ 360 milhões em três anos — o equivalente a parcelas mensais de R$ 700 mil. Parte desses valores foi repassada a empresas consideradas “laranjas”. Entre elas, a New Way Soluções Integradas, que recebeu dois depósitos: um de R$ 580 mil e outro de R$ 462 mil. A empresa tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, moradora de Peruíbe, no litoral paulista, que afirmou desconhecer os repasses.

A partir daí, a polícia iniciou uma nova linha de investigação para descobrir como o dinheiro chegou a uma organização criminosa e identificar os mandantes da operação. Ainda de acordo com o relatório, os dirigentes do clube, incluindo o presidente Augusto Melo, foram ouvidos como investigados, e não apenas como testemunhas. O inquérito corre sob sigilo judicial.

Em nota oficial, o Corinthians declarou que não tem responsabilidade sobre qualquer valor que não esteja diretamente em suas contas bancárias.

O caso segue em andamento e a expectativa é de que o relatório final da polícia seja concluído ainda em maio.