3/06/2025 @ 13:47h

Tuma Jr. faz bastidores do Corinthians ferverem com nota polêmica; veja

O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Jr., se manifestou oficialmente nesta terça-feira (03) em carta endereçada aos conselheiros do clube, na qual acusa o presidente afastado Augusto Melo e membros da antiga gestão de tentarem um “golpe” no último sábado, no Parque São Jorge.

— Membros da antiga gestão do clube falharam na tentativa de um golpe, usando para tanto uma suposta decisão de afastamento deste Presidente, absolutamente descabida, sem efeitos e inexistente no mundo jurídico-administrativo — afirmou Tuma Jr. no comunicado.

Na carta, o presidente do CD (Conselho Deliberativo) assegura que nunca foi formalmente notificado sobre qualquer decisão da Comissão de Ética e Disciplina (CED) que visasse seu afastamento. Tuma ainda revelou ter questionado diretamente o presidente da comissão, Roberson de Medeiros, que negou a existência de qualquer despacho nesse sentido.

— Corroborando sua inépcia, a ata que os golpistas pretenderam fazer crer se tratar de uma decisão sequer foi assinada pelos membros da comissão que a produziu — completou Tuma.

Condução das funções segue normalmente

Segundo Tuma, mesmo diante dos rumores, ele manteve a condução regular de suas atividades como presidente do Conselho. Lembrou que presidiu sessões importantes, como a reprovação das contas e o afastamento de Augusto Melo, sem qualquer contestação formal.

— Segui exercendo regularmente minhas funções sem qualquer oposição de quem quer que seja, inclusive destes aloprados que tentaram dar um golpe no Conselho — declarou.

Citação ao estatuto e acusações de ilegalidade

O presidente do CD argumentou que, mesmo que existisse uma decisão formal da Comissão de Ética, ela não teria eficácia legal, uma vez que o órgão não tem competência para afastar membros da Diretoria ou do próprio Conselho. Segundo ele, o artigo 81 do Estatuto Social define que cabe exclusivamente ao Conselho Deliberativo julgar e aplicar sanções aos seus membros e aos demais órgãos do clube.

— É absolutamente contrário à ordem estabelecida que órgão fracionário, e submetido à autoridade do Conselho Deliberativo, interfira diretamente na sua composição — reforçou.

Além disso, Tuma Jr. criticou a tentativa de usar o artigo 30 do estatuto como justificativa para um afastamento liminar, afirmando que a norma se restringe exclusivamente à suspensão de associados, e não de ocupantes de cargos institucionais.

Decisões judiciais reforçam posição de Tuma

O presidente do Conselho também destacou que o mesmo argumento de afastamento foi levado à Justiça, mas rejeitado em duas ocasiões pela 5ª Vara Cível do Tatuapé, por meio dos processos nº 1007599-75.2025.8.26.0008 e 1007729-65.2025.8.26.0008.

Críticas e promessa de medidas legais

Ao final da carta, Romeu Tuma Jr. fez duras críticas aos apoiadores de Augusto Melo, acusando-os de tentar manipular as decisões do Conselho com o uso de uma “ata de gaveta”, que classificou como “inexistente, sem eficácia e ilegal”.

— Não aceitarei, em nome da integridade do Conselho Deliberativo do Corinthians, a utilização oportunista de uma ata tomada por órgão incompetente e sem previsão legal, destinada a dar um golpe no Corinthians, usando-me para prejudicar a instituição — afirmou.

Tuma encerrou o comunicado prometendo adotar “medidas legais e administrativas contra todos aqueles que atentaram contra a dignidade do Corinthians nos últimos dias”.

A crise política no clube se acirra, com desdobramentos administrativos e judiciais, enquanto o presidente afastado Augusto Melo segue tentando reverter a decisão que o tirou do comando alvinegro.