23/05/2025 @ 19:14h

Indiciado e pressionado, Augusto Melo dispara: “Não vou renunciar!”; O que pode acontecer no Corinthians?

O presidente do Corinthians, Augusto Melo, afirmou nesta sexta-feira (23) que não renunciará ao cargo, mesmo após ter sido indiciado pela Polícia Civil de São Paulo. Enquadrado nos crimes de furto qualificado por abuso de confiança, associação criminosa e lavagem de dinheiro, o dirigente se declarou tranquilo e confiante de que provará sua inocência.

“Não vou renunciar, estou muito tranquilo. Isso não é manchar o Corinthians. Eles fazem com que o Corinthians seja manchado, não eu. Tenho competência e represento uma marca forte. Sempre fiquei quieto nesse sentido. Tenho trabalhado muito”, declarou Augusto Melo, em entrevista coletiva na Neo Química Arena.

O presidente corintiano, que também é investigado ao lado do ex-superintendente Sérgio Moura, do ex-diretor administrativo Marcelo Mariano e de Alex Cassundé — apontado como intermediário no polêmico acordo com a empresa Vai de Bet — reforçou que não possui qualquer envolvimento no caso.

“Não tenho envolvimento nenhum nisso. Confio na Justiça, eu mais do que ninguém quero essa investigação. Me coloco à disposição de tudo. Faço questão que a Justiça busque os rastros de tudo e dê sequência. Não conheço essa empresa, não tenho acordo com empresa de jogador”, enfatizou o dirigente.

Ao lado do advogado Ricardo Cury, Augusto Melo criticou o inquérito, que segundo a defesa, possui mais de 2.500 páginas, mas nenhuma prova concreta contra ele.

“O inquérito está repleto de ilações. Não há individualização da conduta do presidente Augusto para que possamos apresentar defesa. Do ponto de vista criminal, é necessário individualizar a conduta de todos. Aqui é só ilação”, afirmou o advogado, reforçando que o foco agora é preparar uma defesa “mais solene e robusta” para a sessão decisiva de segunda-feira.

Na próxima segunda (26), o Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá no Parque São Jorge para votar a possível destituição de Augusto Melo. A decisão da juíza Ana Carolina Vaz Pacheco de Castro manteve a realização da votação, além de negar o pedido de afastamento de Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo, feito pelo conselheiro Roberto William, aliado de Melo.

Apesar da pressão crescente dentro e fora do clube, o presidente corintiano reafirmou seu compromisso com a instituição:

“Sou um cara família, não tenho vícios. Trabalho pelo Corinthians e sou corintiano. Duvido que ali tenha alguém como eu, talvez igual, mas mais não tem. Não passa pela minha cabeça, em hipótese alguma, renunciar”, garantiu.

Enquanto o imbróglio político e jurídico se intensifica, o Corinthians se prepara para mais uma rodada do Campeonato Brasileiro, sob forte clima de tensão nos bastidores.