8/05/2025 @ 12:02h

Corinthians e SAF? Bastidores revelam proposta polêmica e reação explosiva de dirigentes e torcida

O tema SAF (Sociedade Anônima do Futebol) voltou à pauta nos bastidores do Corinthians, impulsionado pela grave crise financeira que assola o clube. Enquanto nomes ligados à diretoria estudam modelos de gestão alternativos, como o adotado pelo Green Bay Packers, da NFL, a ideia sofre forte rejeição dentro do Parque São Jorge.

A proposta que chegou a ser cogitada por setores da cúpula alvinegra mira um formato cooperativo, inspirado no clube norte-americano, onde os torcedores se tornam acionistas com cotas específicas. No Corinthians, a ideia seria dividir o futebol do clube social e vender participações para torcedores em um modelo de cooperativa. Ainda em estágio embrionário, o plano já enfrenta resistência significativa.

Durante entrevista coletiva realizada na última quarta-feira, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., foi categórico:

– SAF, nunca, afirmou Tuma, encerrando a entrevista de forma enfática.

O dirigente reforçou o apego ao modelo associativo tradicional, no qual conselheiros e associados decidem o futuro do clube. Segundo ele, está em discussão uma reforma estatutária para ampliar a participação dos sócios-torcedores nas decisões, sem alterar a estrutura principal.

A opinião de Tuma foi reforçada por Paulo Roberto Bastos Pedro, membro do CORI (Conselho de Orientação), que também criticou a proposta:

– O que gera o esgotamento do modelo associativo é a má gestão. Virar SAF não resolve. Sou advogado, lido com falências. Uma SAF mal gerida acaba em falência.

Fora dos gabinetes, a resistência é ainda mais intensa. A principal torcida organizada do clube, a Gaviões da Fiel, se posicionou firmemente contra qualquer tentativa de transformação em SAF. O presidente da entidade, Alexandre Domênico Pereira, o Alê, declarou:

– Falam de SAF e somos totalmente contra. Se o trabalho for sério, o Corinthians jamais deve cogitar isso. Um clube fundado em 1910, por operários, não pode se tornar empresa. Mudança de estatuto, sim. Isso é primordial.

Enquanto isso, a diretoria continua avaliando alternativas para amenizar a crise financeira, mas a ideia de transformar o clube em empresa, pelo menos por ora, parece distante de se concretizar.